Um cotovelo ralado e muitos hematomas pelo corpo. Esse é o resultado parcial desse primeiro mês em que inventei de correr de bicicleta. E não foram só as minhas pernas e braços que levaram a pior - meu bolso também foi avariado, afinal de contas, é uma bicicleta de corrida! Corri-daaaaa! A bichinha não pesa mais de 9 kilos, tem rodas de não-sei-o-quê, câmbio de "vai saber", e um quadro de fibra de carbono (isso eu sei!) cujo número é 47. Graças a essa bela numeração, que varia de acordo com a altura do indivíduo, eu gastei na donzela um valor considerável de "titim" (em desenho animado, esse é o som do dinheiro indo embora). E não é só isso! Junto com a sua maravilhosa bicicleta ultra-master-mega-pró-noiaba, você ainda tem que comprar capacete, luvas, uma blusa coladinha com um bolso para quitutes (sim, você pode comer enquanto pedala - se tiver coordenação pra tal) e ainda uma bermudinha, que eu vou te contar... Ah, a bermudinha! Quando o maridão apareceu vestido com aquele negócio, rolei de rir. Três semanas depois, era eu que usava uma calça justiiiiiinha com enchimentos entre as pernas. Sim, lá mesmo. É péssimo, mas impede aquela dor na bunda típica de quem anda de bike.
Bom, além das dores na bunda, do bolso vazio e do corpo machucado, o ciclista ainda corre o risco de se quebrar de verdade. Vi vídeos de pessoas com o osso da perna saindo pra fora e o nariz pra dentro, e hoje li o texto de um triatleta que acabou com as nádegas no pneu traseiro da "magrela", por causa do parafuso que segura o banco. Foi perda total...
Pois é, por essas e outras você pode perguntar: "se o ciclista só se ferra, por que os atletas continuam pedalando?" Pra saber a resposta, só vestindo a bermudinha e a blusa coladas, e dar a cara pra bater. Quer dizer, não só a cara... A sensação é uma das melhores que experimentei. Não dá pra descrever, tem que vivenciar.
Nesse fim de semana vamos encarar 60 km até o Hopi Hari. Se eu aguento? Isso só vou saber no sábado...