"Triatleta cai de bicicleta e é atingida por dois carros na Rodovia Castelo Branco."
"Dois ciclistas de 27 anos morreram atropelados ontem na Rodovia Bandeirantes."
"Dois ciclistas de 27 anos morreram atropelados ontem na Rodovia Bandeirantes."
Essa foi a singela troca de emails que rolou horas antes da gente pedalar até o Hopi Hari. Consequência: a noiabinha aqui, medrosa do jeito que é, teve insônia. Fritava de um lado, cozinhava do outro e um mau pressentimento não me deixava dormir. O relógio apontava 03h30 da última vez que olhei pro marcador, e lógico que não conseguimos levantar às 06h como combinado. Sendo assim, nos dividimos em dois grupos e fomos andar de bike em lugares diferentes.
Confesso que enquanto girava pela Bandeirantes, rogava proteção pra tudo que é divino. "Cristo, Krshna, John Lennon, ajudem!", mas a sensação ruim ainda tava lá, se divertindo sobre meus ombros encolhidos. Vinte quilômetros depois, o maridão e eu paramos pra "abastecer". Foi quando ouvi meu celular apitando. "Quebrei meu pé. Merda." - Mensagem do Talitão. Eu sabia. Liguei pra Ta e descobri que ela também não se sentia muito bem naquele dia. Antes de entrar na estrada, se desequilibrou da bicicleta e caiu sobre o pé. Resultado: 45 dias de molho.
Nos 20 km de volta, o maridão teve que me aguentar: "Nunca subestime o sexto sentido de uma mulher." Acho que ele aprendeu. E eu também – da próxima vez que minha intuição der sinal de vida, não vou ignorar.
E Talitão, melhora logo, tá?